A cacholeta

 

Cascão e Cebolinha: Um bom retrato de moleques da minha época.
Fonte: Internet

Por: Jabert Diniz Júnior

Quem foi criança na década de 1970 e morava em pequenas cidades deve ter vivido uma infância parecida.

Havia os tempos de cada brincadeira. Tempo de empinar papagaio, tempo de jogar pião, tempo da bandeirinha, tempo do trinta e um alerta (se esconde), tempo de jogar peteca, etc.

Fonte: Internet 

As brincadeiras eram muito divertidas, mas às vezes extrapolavam para uma certa “violência”. No tempo da peteca, por exemplo, a brincadeira descambava para uma certa, digamos, “agressão permitida”.

Apostava-se cacholeta. Quer dizer, quando um moleque perdia, levava uma cacholeta, que era uma pancada com um ou mais dedos da mão na orelha.

E, diga-se de passagem, doía bastante. A orelha do moleque perdedor ficava quente e vermelha. O perdedor de uma rodada, naturalmente, queria ir à forra e a brincadeira continuava por toda a manhã, até na hora do almoço. E depois do almoço a molecada voltava para a brincadeira.

Enquanto não se enjoasse de jogar peteca, as cacholetas iam se alternando. E era cacholeta pra cá, cacholeta pra lá. Era orelha de moleque ficando cada vez mais quente e vermelha.

Mas, as cacholetas não ficavam vinculadas somente às brincadeira de peteca. Nesse tempo, a molecada tinha que ficar de olho, especialmente nos moleques mais velhos, que não perdoavam. Viam um pirralho menor sentado na calçada, descuidado, e… toma-lhe uma cacholeta que chegava a estalar… “splect”.

O moleque que levava uma cacholeta assim ficava tão bravo que, muitas vezes, num impulso, pegava uma pedra e tacava no agressor e, se achasse um pedaço de pau, saía correndo pra cacetar o “faladumaégua”.

Não tinha jeito, o negócio era ficar alerta pra não levar uma cacholeta. Moleque sentado na calçada, tinha que ficar com as mãos cobrindo as orelhas. Especialmente os mais orelhudos.

De vez em quando, dois moleques se tacavam na porrada por causa dessa brincadeira de mau gosto. E o pau torava entre moleques porque já não era uma “cacholeta permitida”, como era no jogo da peteca.

Moleques do passado, quando se estranhavam.
Fonte: Internet

Que moleque, em Alenquer, naqueles tempos, não levou uma cacholeta? Ou, não deu uma cacholeta num desavisado coleguinha?

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Caríssimo leitor, caso tenha gostado da historinha, já sabe, COMPATILHE com os amigos e, se desejar, deixe seu comentário. Já levou uma cacholeta?


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Comentários

  1. Tempos bons que não voltam nunca mais

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  2. Pra nós, moleques dos anos 1990, não era muito diferente não. rsrsrs

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  3. Muito boa recordação. Saudades dessa época.kkk

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  4. Meu nobre Jarbet, vc, nos trouxe reflexões inestimável, além das brincadeiras a imagem desses dois garotos ficou maravilhosa. O famoso tem coragem bate, ou cospe aqui, a porrada era sagrada.kkkkkkk

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  5. Tempos bons, se resolvia ali no momento, as crianças eram felizes empinar papagaio, fura fura , etc... Vivi esse tempo fui criança e além de tudo sabíamos respeitar pai e mãe.

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  6. Gilmar Teixeira De Souza12 de agosto de 2025 às 19:38

    Caramba Bita lendo esse texto no trás a nossa velha infância, que saudades dessa época de moleque em Alenquer é muito bom relembrar disso. Abcs

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