Arroz, não, carboidrato...

Grupos de ginástica semelhantes aos do Parque da Cidade.
Fonte: Internet


Jabert Diniz Júnior

Final de ano, muitas festas e comemorações para fechar com chave de ouro o ano que passou.

Como já de praxe, um grupo de senhoras que pratica ginástica em um parque da cidade, realizaram a sua confraternização regada a muita comida e muita bebida. Tudo, natural e saudável, claro.

E foi realizada no mesmo parque em que fazem suas atividades, embaixo das frondosas árvores que embelezam este fantástico equipamento de lazer urbano.

E foi o professor que logo disse, quando marcaram a data das comemorações:

- Nada de refrigerante nem bebidas alcoólicas, hein, meninas.

Então, além de sucos diversos, trouxeram bolo de aveia, bolo de milho e bolo de macaxeira. Teve, também vatapá, milho cozido e outras guloseimas regionais, até ovo cozido, onde cada uma das atletas tinha a responsabilidade de trazer a guloseima de sua preferência.

Mas, tudo natural, tudo dentro do que orientam os profissionais de nutrição.

Tudo corria muito bem. Musiquinha boa; as coroas animadas, dançando; quem quis, pôde levar seus maridos ou namorados. Uma festa.

Seu João, um dos maridos que compareceram acompanhando sua esposa, querendo se entrosar, resolveu puxar conversa com a turma.

Comentou ele com uma das atletas que estava ao seu lado:

- Olha, quando vocês dão aquela corridinha, fico com vontade de acompanhar vocês!

Houve um murmurinho geral. O marido, sem jeito, quis saber o porquê daqueles risinhos. A esposa, com muita paciência, explicou ao marido desatualizado:

- Não fazemos "corridinha", João..!

- Como não, amor? Eu vi vocês correndo!

- Aquilo é cárdio, João!

- Ah, tá!, conformou-se o marido, meio pensativo.

Papo vai, papo vem, muita diversão e muita comida, as "garotas" dançando umas com as outras,  o marido, se dirigindo a outra das participantes, pede:

- Por favor, me passe o arroz! 

Aí, foi gargalhada geral. E o homem começou a se encabular.

- O que foi agora, amor?, perguntou à esposa.

A mulher explicou novamente:

- Não é arroz, João!

- E o que é isso?!!", perguntou ele, apontando para o prato.

- É carboidrato, João, é carbo, João! Vê se não esquece agora, tá, amor?! Assim, você vai me matar de vergonha!

- Meu Deus, eu jurava que isso era arroz!", falou seu João, agora com um pouco de ironia.

Parece que seu João escolheu este dia para cometer seu repertório de gafes. Não demorou muito pra ele dar mais uma derrapada.

Depois de ele colocar duas colheres de arroz no seu prato, quer dizer, duas colheres de carboidrato, seu João resolveu pedir, já que estava distante dele, uma outra iguaria:

- Por favor, colega, me passe essa tigela com esses ovos cozidos!

Com a risada que deram, a esposa quase que teve um surto com o marido. Seu João já era motivo de piada para todas as atletas do parque. Foi a esposa, de novo, que teve que explicar:

- João, pelo amor de Deus, João!!

- O que foi, agora, amor?

- Não é ovo, é proteína, João, proteína! Meu Deus, pra quê que eu trouxe você?? Afff!

- E eu que pensei que aquelas galinha lá de casa botavam ovo, hum hum!

Seu João, um sujeito muito simpático e bem humorado, mas ainda do tempo em que ensino médio era chamado segundo grau, agora, se dirigindo ao professor, disse:

- Professor, acho que eu também quero fazer física com vocês, pra acompanhar minha esposa! 

A esposa já olhou feio pro seu João. A turma não conteve a gargalhada, mais uma vez. E o agora foi o professor que teve que explicar. 

- Seu João, aqui as meninas praticam Treinamento Funcional.

- Mas que é igual à física que a gente fazia no Alvaro Adolfo, isso é!

Coitado do seu João, não deu uma dentro nesse dia de festa do grupo de ginástica de sua esposa.

Ele, que ainda se lembrava daqueles exercícios de calistenia (que ele conhecia apenas como "fazer física") que praticava nas aulas de educação física do seu colégio, no segundo grau, torcendo para acabar logo, para depois jogar bola.

Ele, que era acostumado a comer feijão com arroz e ovo frito, agora ficou encabulado, quietinho no seu canto. Não abriu mais a boca... nem para comer, não sabia mais nem o nome dos alimentos. Parece que tudo mudou.... menos o seu João. 


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