"Cul de Cheval"
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| O "Cheff Ximango" das antigas. |
Jabert Diniz Júnior
Cozinhar, agora, é chic. As provas disso, são os inúmeros programas de TV de hoje que substuiram os desenhos animados de antigamente; são famosos que mostram suas qualidades culinárias nos canais abertos ou fechados ou em outras mídias e os Cursos Superiores de Tecnologia em Gastronomia existentes.
Meu pai, porém, muito antes desse modismo, já usava seus dotes culinários em casa. Sempre gostou de fazer seus pratos, nem um pouco exóticos, para nós, como: tambaqui ou surubim cozidos no caldo grosso, ou no caldo fino; feijoada; maniçoba; porco guisado; mocotó com bucho; e outras comidas ditas "mais rústicas".
E aí, especialmente quando estávamos todos em Alenquer, no período de férias, ele ia pra cozinha para fazer um dos seus pratos para o lanche das dez horas, ou para o almoço, mesmo.
Mas, como diz ele, tudo era feito, na "marra", sem aquela sofisticação que a gente vê nos tais programas de TV. Ainda nas palavras dele, "a cú de cavalo". Hoje, com seus 90ão, ele ainda gosta de preparar algumas comidas, que ele insiste em repetir que faz "a cú de cavalo".
Minha mãe fica brava e briga com ele: 'Ô, já vai começar com o palavrão?"
Nós, os filhos e sobrinhos, ríamos da cena tantas vezes repetidas.
Um dia, porém, há pouco tempo, pra falar a verdade, analisando que os pratos feitos pelo "Velho" são muito saborosos, pensei e falei com ele que precisaríamos "sofisticá-los".
Ele, pra variar, não falou nada, só riu.
Então, pedi a um amigo "ximango-franco-brasileiro" para traduzir para o francês a comida que meu pai denomina "a cu de cavalo".
Joaquim, filho do seu Haroldo Silva e de dona Maria do Céu, meu amigo de infância, que é "cheff" e tem restaurantes na França, na Guiana Francesa e, também, em Belém do Pará (seu restaurante fica no aeroporto Internacional Val-de-Cans e se chama Panela Paraense), me ajudou a traduzir a expressão usada por meu pai.
Quando passar pelo aeroporto internacional Val-de-Cans, Belém-Pa, visite o Restaurante Panela Paraense.
Joaquim, o "cabelo de estrepa caju", precisou consultar seus amigos franceses para me dar uma tradução mais aproximada do que eu desejava. Surgiu, então, a sofisticada expressão para os pratos que meu pai prepara ainda hoje, aos 90 anos: "Cul de cheval".
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