"Meretríssimo"
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| Fonte da imagem: Internet |
Jabert Diniz Júnior
Quem termina uma graduação, produz e defende seu TCC, recebe - merecidamente, diga-se de passagem - um diploma de bacharel, de licenciatura ou de tecnólogo em alguma área, isso é fato e direito.
Porém, tem algumas áreas do conhecimento em que o sujeito formado, por alguma razão, acha que deve ser chamado de doutor.
Doutor, porém, é quem faz um doutorado, produz e defende uma tese.
Rubem Alves, em seu livro "Ostra feliz não faz pérola", escreveu uma crônica que me fez rir bastante. E o que o motivou a escrevê-la foi o fato de um juiz, cheio de arrogância, haver entrado na justiça com uma ação contra os funcionários do edifício em que morava.
O "Meretríssimo" não se conformava com o fato de que os funcionários ignorassem da sua excelência e não o tratassem com os devidos "doutor", "excelentíssimo", "ilustríssimo".
Nesta crônica, Rubem Alves ainda faz referência a outros fatos, como o caso de um sujeito que queria porque queria ser doutor e achava que para ser doutor bastava ter diploma de engenheiro agrônomo. E, assim obteve o diploma. Mas não funcionou como ele queria. Os moradores da cidade mineira onde morava, sabendo da sua arrogância, só para caçoar, o apelidou de Zé Doutor.
Mas aí você pode estar se questionando: Por que o título errado "Meretríssimo"?
Ainda na crônica, Rubem Alves conta que um juiz, seu amigo, numa audiência numa cidade do interior, o advogado insistia em chamá-lo pelo insólito tratamento de "Meretríssimo", lhe causando um ligeiro desconforto, pois não sabia se era porque o pobre-diabo do advogado era um ignorante e não sabia o sentido das palavras ou se o estava mesmo chamando de "filho da puta". Por isso, o desconforto: não sabia se abria um sorriso ou se fechava a cara.
E, parafraseando o autor lido, pergunto aos detentores dos conhecimentos das leis: não há dispositivos legais que possam punir pessoas que usam títulos sem possuí-los? Pode um bacharel colocar placa de doutor? Engenheiro é doutor? Infelizmente, não há dispositivos que punam a estupidez e a presunção.
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Caríssimo leitor, caso tenha gostado da historinha, já sabe, COMPATILHE com os amigos e, se desejar, deixe seu comentário.
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Muito bacana essa sua crônica, amigão! Compartilho a mesma opinião!
ResponderExcluirObrigado, amigo Silvan. Sempre muito gentil.
Excluirrssss, gostei muito de sua crônica, Jabert, escrita leve,
ResponderExcluirum tanto divertida.
Vou compartilhar, sim.
Deixo meu abraço e votos de um ótimo fim de semana
Que bom que gostou, Taís. As suas escritas no Porto das Crônicas é sempre uma referência pra mim. Obrigado
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