Um Museu na cidade de Alenquer Pará

Sede provisória do Museu da Cidade de Alenquer - MCA

Jabert Diniz Júnior

Museus são instituições fundamentais para a nossa história. Caracterizam-se, segundo a Lei Lei Nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009, por serem instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural. E devem ser abertos ao público e estar a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento.

A Lei supracitada também estabelece como princípios fundamentais de um museu: a valorização da dignidade humana; a promoção da cidadania; o cumprimento da função social; a valorização e preservação do patrimônio cultural e ambiental; a universalidade do acesso, o respeito e a valorização à diversidade cultural e o intercâmbio institucional.

Os tipos de museus são definidos conforme suas coleções, tais como: os museus de arte e de história; os de antropologia (arqueologia, etnologia e etnografia); os de ciência e tecnologia; os ecomuseus, etc. E ainda há, dentre as categorias de museus, os chamados museus interdisciplinares, que são os que possuem diferentes tipos de coleções em seu acervo.

O termo museu tem sua origem na Grécia antiga, nas palavras gregas Mousa e Mouseion, templo das nove musas, ligadas a diferentes ramos das artes e das ciências, filhas de Zeus e Mnemosine, divindade da memória, sendo locais sagrados, reservados à contemplação e aos estudos científicos. Esses locais foram considerados como o primeiro museu, no qual era constituído de bibliotecas, jardim, observatórios, sala de leitura, entre outros ambientes.

Os museus são importantes instrumentos de preservação da memória cultural de um povo, e responsáveis por seu patrimônio material ou imaterial, mas que tinham inicialmente apenas a  finalidade de salvaguardar e não de disseminar as informações culturais.

Muitas pessoas sonham em visitar museus famosos do mundo. E não à toa, esses ambientes são, de fato, conhecidos por proporcionar momentos incríveis para quem os visita, pois além de serem uma excelente forma para explorar novas culturas e histórias de outros países, eles são conhecidos por guardarem transformações importantes para o desenvolvimento humano, contemplando diferentes áreas, desde as artes até a ciência. 

Entre os museus mais famosos mundo afora, vale destacar alguns, tais como:
O museu do Louvre, que está no topo da lista há muito tempo. Localizado no Centro de Paris, na margem direita do Rio Sena, o museu contém mais de 30 mil peças em seu acervo, o que o torna um museu gigante. No seu acervo, destacam-se obras de arte como: Mona Lisa, de Leonardo da Vinci; Balsa da Medusa, de Géricault; Liberdade Guiando o Povo, de Eugène Delacroix; escultura Vênus de Milo. O Louvre também já foi cenário de diversas produções cinematográficas, tais como o "Código Da Vinci".

Museu do Louvre, París, França.
Fonte: https://guia.melhoresdestinos.com.br/museu-do-louvre-paris.html

O Metropolitan Museum of Art, de Nova York, Estados Unidos, é com certeza,  outro excelente destino para quem gosta de arte. Isso porque, o museu conta com um acervo abrangente sobre arte americana, europeia, asiática, egípcia e até mesmo medieval. Nele é possível encontrar obras de artistas, como: Caravaggio, Monet, Van Gogh e Pablo Picasso.

American Museum of Natural History é mais um espaço cultural e histórico importante de Nova York. Além de ser um dos museus mais famosos do mundo, ele ficou bastante conhecido por conta do filme “Uma Noite no Museu” que foi filmado lá. Este museu conta com um ambiente interessante e divertido para crianças e adultos. 

O National Gallery de Londres, Reino Unido, tem um acervo imperdível para quem quer conhecer mais sobre as Belas Artes. Em relação às suas obras, o museu contém quadros como: A Virgem dos Rochedos, de Leonardo da Vinci; Casal Arnolfini, de Jan Van Eyck; Os Embaixadores, de Holbein; Baco e Ariadne, de Ticiano; Os Girassóis, de Van Gogh. 

No Brasil, também, há vários museus famosos e importantes para a história nacional e mundial. Como exemplos, elencamos: 

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp é, sem dúvida, o mais famoso museu do Brasil. Fundado em 1947, atualmente, reúne cerca de 10 mil obras, incluindo trabalhos de alguns dos artistas mais famosos do mundo, como Vincent van Gogh, Pablo Picasso, Claude Monet, e vários outros. Além disso, o Masp, localizado na Avenida Paulista, tornou-se um cartão postal da cidade de São Paulo por sua beleza arquitetônica. 

O Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, Minas Gerais, é parada obrigatória na cidade mineira, reunindo importantes objetos e documentos históricos sobre o movimento revolucionário do século XVIII, que teve Tiradentes como o seu membro mais conhecido. Em uma sala especial, chamada de Panteão dos Inconfidentes, encontram-se os restos mortais de alguns dos participantes da Inconfidência Mineira. O museu tem ainda obras de arte sacra dos séculos XVIII e XIX, esculturas de Aleijadinho e pinturas do Mestre Ataíde. 

O Museu Histórico de Brasília, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, foi aberto em 1960, no mesmo dia da inauguração da capital federal, representando um marco histórico para o País. A instituição tem uma exposição permanente com inscrições históricas que remetem à construção de Brasília, considerada um grande feito arquitetônico.

O Museu Paraense Emílio Goeldi é a Instituição científica mais antiga da Amazônia. Fundado em 1866 (com quase 160 anos, portanto), o Museu Goeldi nasceu com a missão de promover o conhecimento científico sobre a fauna, flora e povos amazônicos. Em 1894, após a chegada do naturalista suíço Emílio Goeldi, que dirigiu a instituição até 1907, o Museu Paraense passou por uma ampla transformação, organizando novos setores e coleções, ganhando projeção internacional.

Os grandes e famosos museus, com relevantes acervos, recebem incentivo e/ou cobram ingressos e são frequentados por milhões de pessoas todos os anos. Como é o caso do Louvre, que, em 2023, recebeu cerca de 8,86 milhõres de visitantes.

Há, porém, pequenos museus, nas pequenas cidades brasileiras, que são criados e mantidos com muito esforço por alguns de seus cidadãos que visualizam a importância deste tipo de Instituição em sua cidade. Eles, no entanto, o fazem com bastante dificuldade, já que não recebem incentivo do poder público local, além de não haver, por parte da população, uma cultura de visitas a museus.

Assim, no dia 15 de março de 2010, em Belém do Pará, reuniram-se quatro ximangos: José Luiz Corrêa, Luiz Esmaelino Valente, Luiz Potyguara Martins Siqueira e Roberto da Cruz Mesquita, com o propósito de fundar um museu em sua cidade natal e, a partir de então, planejaram data, local e acervo que comporia o museu que se chamaria Museu da Cidade de Alenquer - MCA. Esta data estabeleceu a sua fundação.



Sua instalação física se deu no dia 10 de junho de 2010, dia do aniversário da cidade,  durante as festividades do padroeiro do município e, desde então, encontra-se instalado em uma sede provisória localizada na Rua Rosomiro Batista, nº 445, no bairro do Centro, uma casa centenária que foi a residência dos saudosos senhor Luizinho Siqueira e dona Arquimima Siqueira, pais de um de seus fundadores  (Luiz Potygura). E a partir de doações feitas por cidadãos alenquerenses de vários objetos, foi montando seu singelo acervo, que cresce ano  após ano.

Porém, O MCA, que neste ano de 2025 completa 15 anos, também já está com sua sede própria definitiva em construção. A nova sede funcionará na Rua Visconde do Rio Branco, em frente à Prefeitura Municipal de Alenquer. Com a nova sede, projetada especialmente para funcionar o MCA, certamente terá seu acervo devidamente organizado e com muito mais conforto para seus visitantes.

Sede definitiva do MCA em construção.
Fonte: Google Earth.

Atualmente, a maior frequência do museu ocorre no período de 1º a 13 de junho, período que ocorre a festa do padroeiro de Alenquer, a famosa festa de Santo Antônio, momento em que muitos alenquerenses que moram longe da cidade natal retornam para visitar a terra querida, rever os antigos amigos e renovar a fé no Padroeiro.

Segundo Nivaldo Paz, o mais antigo funcionário do MCA, que está regularmente de segunda a sexta-feira  no museu, alunos das escolas públicas da cidade costumam visitar o museu com o intuito de realizar pesquisas para trabalhos escolares. Também universitários da Universidade Federal do Oeste do Pará costumam procurar o museu em busca de fontes para a realização de TCCs e artigos científicos.

Essas visitas, segundo Nivaldo, são devidamente registradas em um Livro de Registros de Visitas próprio do Museu.


Num sábado, quando Nivaldo, excepcionalmente, abriu o museu e realizava uma "faxina", foi possível registrar uma turma de jovens da Pastoral  da Comunicação - PASCOM, da Paróquia de Santo Antônio de Alenquer, realizando uma pesquisa sobre os sinos da igreja da Matriz. Nivaldo Paz, muito solícito, procurou dar todas as informações para a garotada que fez questão de realizar várias filmagens do museu e fazer muitas perguntas ao dedicado servidor do MCA.


Jovens da PASCOM da Paróquia de Santo Antônio de Alenquer, pesquisando sobre a história dos sinos da Igreja Matriz.

Jovem da PASCON, assinando no Livro de Registros do MCA.


Nivaldo Paz Oliveira Santos: O dedicado servidor do MCA.

Abaixo, expomos várias imagens do acervo do MCA para que o público conheça ou as reveja, lembrando que o museu abre todos os dias de segunda a sexta-feira e tem acesso gratuito. 




Fardo de Juta: Fibra têxtil vegetal da família Tilioideae. Alcança uma altura aproximada de três metros tendo um talo de grossura de aproximadamente 20 mm. Cresce em climas tropicais úmidos, onde o semeio é feito de acordo com as condições da natureza.







Máquina Registradora.






Carrinho de vendas de "Rala rala" da década de 1970.









Registros fotográficos de times de futebol de Alenquer.


Parte do acervo bibliográfico do MCA.

Grandes cidadãos ximangos: Jacob Athias.

Grandes cidadãos ximangos: Antônio Mesquita.

Máquina de produção de cascalho (casquinha) de sorvetes que pertenceu
 à Sorveteria e Fábrica de Gelo Ideal, propriedade do dr. José Jorge Hage.

Busto em bronze de Tancredo Neves.




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Já dizia Paulinho Gogó: "Quem não tem dinheiro..., conta história!"

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