Festa de Santo Antônio: a Barraca do Baçu


Jabert Diniz Júnior

Hoje, 11 de junho de 2025, estamos em plenas festividades do glorioso Santo Antônio de Alenquer. Oficialmente, ontem foi o dia do 144⁰ aniversário de Alenquer. Digo oficialmente porque, nos últimos dias, alguns ximangos, imortais da Academia Alenquerense de Letras, têm levantado a questão com relação à real idade da princesa do Surubiú (leia texto de Silvan Cardoso em https://www.jesocarneiro.com.br/cidade/alenquer/alenquer-terra-que-ninguem-conhece-nem-mesmo-a-propria-historia-por-silvan-cardoso.html). 

Polêmicas à parte, é tempo de festas juninas em todo o País. E, em Alenquer,  especialmente no período de 1⁰ a 13 de junho, quando ocorrem as festividades do glorioso Santo Antônio, as comemorações são bem mais intensas.

Círio de Santo Antônio 2025.

É quando a população frequenta a praça da Matriz todos os dias para aproveitar a festança e os eventos promovidos pela diretoria da festa.

É, também, quando vem gente de tudo quanto é lugar: das comunidades que fazem parte do município, das cidades adjacentes e da capital, de outros estados e até mesmo alenquerenses que moram em outros países. A cidade fica abarrotada de ximangos "estrangeiros".
Eu entre os primos ximangos "estrangeiros" João Nestor e Walfre (Banha) e o amigo Pires (à esquerda).

O arraial de Santo Antônio é uma atração à parte. Muitas barracas de vendas de brinquedos e guloseimas, parque de diversões, balacobaco, tiro ao alvo, roleta e muito mais.
Barraca típica das festividades de Santo Antônio de Alenquer. 

Muita coisa mudou ao longo dos anos, evidentemente, inclusive as pessoas.

Num passado não tão distante, quando a vida da cidade, segundo Benedicto Monteiro, em sua obra "Verde Vago Mundo",  girava em torno das festividades do Santo padroeiro, as barracas do arraial eram feitas de palha, tanto os telhados como as paredes. E as palhas faziam a diferença no arraial, pelo menos pra molecada, que fazia vários brinquedos com elas.

Os barraqueiros também nos trazem saudades daqueles tempos.

Baçu era, talvez, o comerciante mais conhecido do arraial. E não era à toa. Além de ser um cara bonachão, que todos gostavam, ele ficou famoso por ser sempre o primeiro a montar sua barraca no arraial e o último a desmontar.

Dizem que no dia 1⁰ de maio a sua barraca, denominada "Flor de Maio", já estava montada e só era desarmada no dia primeiro de julho, depois do dia do último Santo "junino", São Pedro, que era comemorado também na praça de SantoAntônio.

E a barraca do Baçu era frequentada por todos os públicos, de crianças a adultos. A molecada ia lá pra comprar foguetinhos e bombons, brincar ali por perto e perturbar um pouco o pobre do Baçu.

Os adultos iam à noite, tomar uma cerveja gelada e curtir as programações da grande festa ximanga.

Lembro que naquele tempo a barraca do Baçu era instalada bem pertinho da garapeira do seu Lauro, que ficava do lado esquerdo da Matriz. 

Pela manhã, a molecada brincava muito pelo largo de Santo Antônio, fosse fazendo brinquedos com as sobras das palhas, ou correndo pela praça e entre as mesas e tamboretes das barracas, que, naquele tempo eram feitos de madeira.

Na frente da barraca do Baçu, a molecada brincava de salto em distância, colocando vários tamboretes enfileirados, determinando o quão longe podíamos saltar. Isso certamente não deixava o Baçu muito feliz... (rs), fazendo com que ele botasse a gente pra correr dali.
Baçu em sua barraca "Flor de Maio", ano desconhecido. À direita, dona Zilda, sua esposa.
Fonte: Zildinha.

Baçu também tinha um boxe bastante sortido no Mercado Municipal. Era lá que comprávamos as famosas bolas de seringa, uma bola colorida ou de uma só cor, que pulava adoidada depois de um chute.

Imagino quantos conterrâneos frequentaram a barraca do Baçu e têm lembranças daqueles tempos.
Matriz de Santo Antônio, 10 de junho de 2025.

Matriz de Santo Antônio, vista da Serra do Cruzeiro.

Registros das festividades 2025





** ** ** **

Já dizia o "grande filósofo" Paulinho Gogó: "Quem não tem dinheiro..., conta história!"

Caríssimo leitor, obrigado por ler este singelo texto. Caso tenha gostado da historinha, já sabe, COMPATILHE, COMPARTILHE, COMPARTILHE com os amigos e comente algo sobre o seu tempo de arraial de Santo Antôniode Alenquer.


Apoio




Mais Flashes do arraial 2025
















Comentários

  1. Meu amigo , ler suas cronicas são pra mim uma viagem no tempo em que morei em Alenquer junto com sua linda família. PARABÉNS.

    ResponderExcluir
  2. Muito obrigado meu Primo, por esse lindo texto. Tudo o que você contou, Eu vivenciei e ainda digo uma outra coisa. Essas palhas chegavam de barcos e eram vendidas aos baraqueros e muitos moleques daquela época, ganhavam dinheiro para abrir as palhas. Bons tempos que não voltam mais e só nos restam saudades.

    ResponderExcluir
  3. Cumprimentamos o ilustre Dr. Jabert Diniz Junior pelo excelente trabalho realizado no âmbito deste maravilhoso Blog.

    ResponderExcluir
  4. Ao longo do tempo tudo muda,
    a experiência vivida, é o desenvolvimento perante aos fatos, obrigado meu AMIGO E IRMÃO, Jabert Diniz que lindo trabalho você virou blogueiro de verdade (ATIB) O inverso mostra o grande respeito que tenho por toda sua família, um grande abraço JBTF.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Crônicas mais visitadas

Internacional, o povo de Alenquer te aclama...

Histórias de Santarém: uma artesã, um homicídio e uma execução.

No dia em que saí de casa

VI Jogos dos Servidores da Ufopa 2023

VI Jogos dos Servidores da Ufopa 2023 - FINAIS

Esqueceram de mim?

A Ponte dos Sonhos

O Cagão