Postagens

Mostrando postagens de 2025

"Ladrão" da igreja???

Imagem
Charge da Internet. Jabert Diniz Júnior N uma manhã de domingo, tio João, que tinha ido à igreja na noite anterior e levado para sua casa o jornalzinho da missa - aquele folheto com o ritual e os hinos da missa -, estava meio aperreado, s em saber se aquilo era permitido. Estava meio que com remorsos . Encontrando meu pai na rua, ele o chamou para conversar e tratou de perguntar se ele podia ter trazido o bendito folheto para casa. Meu pai, percebendo que meu tio estava nervoso, nesse momento,  o acalmou, dizendo: "Rapaz, acho até que não podia, não, porque serve para as outras missas. Mas acredito que eles não vão dar falta". Papo vai, papo vem, sujeito gozador como sempre foi meu pai, ao chegar em casa, com o folheto da igreja no bolso - que ele levou sem meu tio perceber -, resolveu pregar uma peça no amigo. Elaborou um bilhete, datilografado, que era para dar mais veracidade ao conteúdo, com os seguintes dizeres: " Prezado senhor João, O senhor foi visto levando o jo...

Sensações

Imagem
Um retrato da sensação de felicidade de tomar banho no rio.   Jabert Diniz Júnior H á sensações que ninguém consegue explicar. Às vezes, nem conseguimos expressá-las, de tão maravilhosas que são. Aprender a andar de bicicleta, por exemplo, foi uma das minhas experiências mais incríveis. Lembro como se fosse ontem. Era um sábado de setembro 1974, mais precisamente, no dia 07. Tínhamos duas bicicletas Monaretas que havíamos ganhado no natal passado: uma vermelha e outra azul. Elas serviam para os quatro filhos homens - nós éramos quatro homens e duas mulheres.  Eu já tinha seis anos. E nas conversas com a molecada, dizia sempre que quando aprendesse a andar de bicicleta, eu iria "rodar" a cidade toda. Nesse dia, na rua de casa - a rua Coaraci Nunes -, Rute, filha da dona Teresa Cumba, uma amiga nossa que trabalhava em casa, corria, segurando a bicicleta pelo selim, enquanto eu pedalava. E, em determinado momento, olhei rapidamente pra trás, vi que ela não segurava mais a bicicl...

Os carros de boi de Alenquer

Imagem
Um carro de boi em Alenquer nos dias atuais. Fonte: Jabert Diniz Júnior   Por:  Jabert Diniz Júnior “ M eu filho, corre ali na beira e chama um carreiro pra vir aqui! De preferência, o seu Júlio!” Ah, quantas vezes, quando era criança, recebi essa ordem da minha mãe, da vó Niquita ou do vô Zé Hage!  Seu Júlio, eu já conhecia. Todo moleque dali do Centro o conhecia. Seu Júlio, neste caso, era um dono de carro de boi da cidade. Era o carreiro da preferência da minha mãe e dos meus avós. Carreiros ou carroceiros, assim eram chamados os donos dos carros de boi de Alenquer. Havia muitos carreiros na cidade naquele tempo. Os carros de boi davam a tônica nas ruas de Alenquer. Nos carros de boi é que eram transportadas as mercadorias que chegavam de barco da cidade vizinha Santarém e de Manaus ou das comunidades próximas. Eram eles, os carros de boi, que transportavam mudanças, materiais de construção, aterros e todos os outros tipos de mercadorias. E transportavam pessoas também...

A cacholeta

Imagem
  Cascão e Cebolinha: Um bom retrato de moleques da minha época. Fonte: Internet Por:  Jabert Diniz Júnior Quem foi criança na década de 1970 e morava em pequenas cidades deve ter vivido uma infância parecida. Havia os tempos de cada brincadeira. Tempo de empinar papagaio, tempo de jogar pião, tempo da bandeirinha, tempo do trinta e um alerta (se esconde), tempo de jogar peteca, etc. Fonte: Internet  As brincadeiras eram muito divertidas, mas às vezes extrapolavam para uma certa “violência”. No tempo da peteca, por exemplo, a brincadeira descambava para uma certa, digamos, “agressão permitida”. Apostava-se cacholeta. Quer dizer, quando um moleque perdia, levava uma cacholeta, que era uma pancada com um ou mais dedos da mão na orelha. E, diga-se de passagem, doía bastante. A orelha do moleque perdedor ficava quente e vermelha. O perdedor de uma rodada, naturalmente, queria ir à forra e a brincadeira continuava por toda a manhã, até na hora do almoço. E depois do almoço a m...

Festa de Santo Antônio: a Barraca do Baçu

Imagem
Jabert Diniz Júnior H oje, 11 de junho de 2025, estamos em plenas festividades do glorioso Santo Antônio de Alenquer. Oficialmente, ontem foi o dia do 144⁰ aniversário de Alenquer. Digo oficialmente porque, nos últimos dias, alguns ximangos, imortais da Academia Alenquerense de Letras, têm levantado a questão com relação à real idade da princesa do Surubiú (leia texto de Silvan Cardoso em https://www.jesocarneiro.com.br/cidade/alenquer/alenquer-terra-que-ninguem-conhece-nem-mesmo-a-propria-historia-por-silvan-cardoso.html).  Polêmicas à parte, é tempo de festas juninas em todo o País. E, em Alenquer,  especialmente no período de 1⁰ a 13 de junho, quando ocorrem as festividades do glorioso Santo Antônio, as comemorações são bem mais intensas. Círio de Santo Antônio 2025. É quando a população frequenta a praça da Matriz todos os dias para aproveitar a festança e os eventos promovidos pela diretoria da festa. É, também, quando vem gente de tudo quanto é lugar: das comunidades que...

Histórias de Santarém: uma artesã, um homicídio e uma execução.

Imagem
Por Jabert Diniz Júnior Uma artesã D e uma forma ou de outra, todos nós gostamos de uma boa história, sejam elas verdadeiras ou fantasiosas. Gosto de ambas, mas gosto especialmente das verdadeiras, das que estão registradas em livros ou em algum outro tipo de mídia, ou as contadas pelas pessoas do lugar. Saber da história da sua cidade natal ou da cidade em que você mora é, de alguma forma, importante, quase um dever. Pelo menos, na minha opinião. A cidade em que hoje moro há mais de vinte anos, Santarém, no Estado do Pará, uma bela cidade estrategicamente localizada no coração da Amazônia e que tem 363 anos, naturalmente, tem muitas histórias. Então, vez ou outra, procuro ler alguma obra com fatos interessantes do local. Ou, alguma reportagem relevante sobre a região me remete a pesquisar mais profundamente a respeito do assunto. Foi exatamente por essa razão que, no dia 19 de maio de 2017, quando faleceu uma importante figura da cidade, um dos principais ícones da arte e da cultura s...